sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE NATAL DO BISPO DIOCESANO - DOM JOSÉ EDSON

Jesus Cristo, Rosto humano de Deus.

O Documento de Aparecida, n.22, depois de afirmar Cristo como Caminho, Verdade e Vida, afirma que Cristo, o Deus de rosto humano, é nosso verdadeiro Salvador. No mesmo documento n. 122, cita aquela expressão da oração da V Conferência, onde de Jesus Cristo é dito: "rosto humano de Deus e rosto divino do homem".
Este texto retoma a Constituição "Gaudium et Spes" n. 22: "Na realidade, o mistério do homem só se torna claro verdadeiramente no mistério do Verbo Encarnado(Jesus Cristo). Com efeito, Adão, o primeiro homem, era figura daquele que devia vir, isto é, de Cristo Senhor. Novo Adão, na mesma revelação do mistério do Pai e do seu amor, Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação. Assim, o mistério do homem encontra o seu verdadeiro sentido no mistério do Verbo Encarnado. Esta ligação profunda entre cristologia e antropologia foi desenvolvida pela rica reflexão teológica do século passado. Também o pontificado de João Paulo II foi profundamente marcado pelo discurso antropológico, mostrando que a grandeza do ser humano provém do seu ser e o sentido e realização da vida humana se encontram no mistério de Cristo. Na sua primeira encíclica "Redemptor hominis" n. 10, ele reafirma os princípios centrais da antropologia cristã à luz da "Gaudium et Spes" n. 22. Diz ele: "E por isto precisamente Cristo Redentor, revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é - se assim é lícito exprimir-se - a dimensão humana do mistério da redenção. “Nesta dimensão, o homem reencontra a grandeza, a dignidade e o valor próprios da sua humanidade”. Na mesma encíclica, ele mostra que todos os caminhos da Igreja levam ao homem. No n. 14 ele diz: "O homem, na plena verdade de sua existência, do seu ser pessoal e, ao mesmo tempo, do seu ser comunitário e social no âmbito da própria família, no âmbito de sociedades e de contextos bem diversos, no âmbito da própria nação, ou povo, enfim no âmbito de toda a humanidade” -, este homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer no cumprimento da sua missão: ele é a primeira e fundamental via da Igreja via traçada pelo próprio Cristo e via que imutavelmente conduz através do mistério da encarnação e da redenção.
Esta tônica estará sempre presente nos seus discursos, que vão além das ideologias, centrando-se numa perspectiva cristocêntrica e antropocêntrica. João Paulo II afirmará sempre a centralidade de Cristo: "o homem não pode compreender a si mesmo profundamente [ .... ] com suas inquietude, incerteza e também fraqueza e pecaminosidade, com a sua vida e morte, sem aproximar-se de Cristo". Daí decorre a missão da Igreja, todos os caminhos da Igreja levam então ao homem, pois o mistério do homem só encontra sentido à luz do mistério de Cristo.
Assim, Jesus Cristo é aquele que apresenta o sentido mais profundo da vida humana, convidando o ser humano em todas as situações da vida a viver voltado para Ele. Diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como valor supremo: De que serve ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? (Mc 8, 36); Diante do subjetivismo hedonista, Jesus propõe perder a vida para ganhá-la: quem ama sua vida a perdê-la-á (Jo 12, 25); Diante do individualismo, Jesus convoca a viver e a caminhar juntos (Mt 23,8); diante do desespero, Jesus ajuda a construir identidade integrada; diante da exclusão, Jesus defende os direitos dos fracos e a vida digna para todo ser humano. "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10); diante da natureza ameaçada, Jesus, que conhecia o cuidado do Pai pelas criaturas que Ele alimenta e embeleza (Lc 12, 28), nos convoca a cuidar da terra para que abrigue e sustente todos os homens.
Jesus Cristo convida todos a uma vida autêntica, pois só Nele o ser humano encontra o verdadeiro sentido da vida e da existência.
“Nesta hora, associemo-nos, cheios de gratidão a este cantar de todos os séculos, que une céu e terra, anjos e homens. Sim, Senhor, nós vos damos graças por vossa imensa glória. Nós vos damos graças polo vosso amor. Fazei que nos tornemos cada vez mais pessoas que amam juntamente convosco e, consequentemente, pessoas de Paz. Amém”. Bento XVI, em 25 de dezembro de 2010.
Desejo a todos, um Santo Natal e um ano novo cheio de graças e bênçãos de Deus.

Dom José Edson Santana Oliveira.
Bispo diocesano de Eunápolis.
Costa do descobrimento.

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