sábado, 18 de setembro de 2010

Como preparar um encontro catequético

Visto os meios e recursos disponíveis, o catequista deve preparar antecipadamente o encontro. E como preparar um encontro de Catequese? Eis alguns passos:
1. Olhar a realidade: quem são? Crianças? Adolescentes e Jovens? Adultos? Onde vivem?
2. Traçar o objetivo do encontro: o que se pretende alcançar com esse encontro? Qual sua finalidade? Tente formular um objetivo bastante simples e bem concreto. Algo bem “pé no chão”.
3. Escolher o conteúdo: qual a mensagem a ser anunciada? Que tema trata o encontro? Qual o texto da Palavra de Deus será proclamado e refletido no encontro? Quais as perguntas que poderão ser feitas a fim de ajudar a entender o texto?
4. Selecionar o método apropriado: como chegar lá? Quais os meios e recursos serão utilizados para transmitir a mensagem?
5. Executar o que foi planejado: colocar em prática tudo aquilo que foi preparado com antecedência.
6. Avaliar o encontro: o objetivo do encontro foi alcançado? Se não foi, por quê? Houve imprevistos? O que não ficou claro e precisa ser esclarecido? Houve uma boa participação?
Fonte: www.catequistabr.dominiotemporario.com

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ - ESTUDOS DA CNBB Nº 97

* Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
RESUMO SINTÉTICO
INTRODUÇÃO
Em 1974 a CNBB publicou os primeiros documentos voltados para a Iniciação Cristã: Pastoral da Eucaristia e Pastoral dos Sacramentos da Iniciação Cristã. Estes, orientados para os Sacramentos da Iniciação.
A preocupação há 35 anos estava voltada para os Sacramentos ou à Pastoral dos Sacramentos. Hoje, ao retornar, sobre a mesma Iniciação Cristã, estamos nos dedicando a um dos temas mais desafiadores da nossa ação evangelizadora. Como levar as pessoas a um contato vivo e pessoal com Jesus Cristo? Como fazê-los mergulhar nas riquezas do Evangelho? Como realizar uma iniciação de tal modo que os fieis perseverem na comunidade cristã? Como formar verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo?
Pretendemos nos debruçar não tanto sobre a “preparação para receber os sacramentos”, mas sim sobre o processo e a dinâmica pelas quais “tornar-se cristãos”, processos que vão além da catequese entendida como período de maior aprendizado e orientado para um sacramento.
I – INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ – POR QUÊ?
Santo Agostinho relata em seu livro Confissões que “tarde te amei, Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei”. Muitos, sem saber, estão em busca dessa beleza. Agostinho descobriu tarde a sedução da pessoa e da proposta de Jesus. Mas, talvez, isso tenha contribuído de certo modo para a entrega mais intensa, com o conhecimento de causa e com a consciência do vazio deixado por tantas outras buscas.
Esta procura por Deus está em todos nós. Muitos são os que andam inquietos pelo mundo, descontentes com propostas que ainda não conquistaram sua mente e seu coração. O ser humano vive à procura de respostas sobre a vida e, no fundo, sobre si mesmo. E estas perguntas continuam no coração do homem e da mulher que querem saber quem são, por que estão neste mundo, que sentido têm as escolhas que a vida exige de nós.
Na abertura da carta Fides et Ratio João Paulo II se refere a essa necessidade, que pertence a nossa própria natureza: “a fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”. No Catecismo da Igreja Católica afim que “o homem é capaz de Deus”: “o desejo de Deus está inscrito no coração do homem... e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar” (n 27).
Quem chega à idade adulta com essas indagações precisa de mais do que uma síntese doutrinal. O adulto cheio de perguntas quer descobrir sentido na vida, nos seus relacionamentos no mistério de Deus. Para isso, vai ser necessário um verdadeiro mergulho no mistério, com uma experiência cada vez mais profunda das diversas dimensões da vida cristã. Isso não se faz num “cursinho” rápido e nem mesmo numa catequese isolada de outros aspectos da vida eclesial. Jesus evangelizou os adultos e abençoou as crianças. Nós muitas vezes fazemos o contrário. As crianças têm todo direito de viver a experiência do amor de Deus. Mas adultos é que vão descobrindo o que, sem saber, seu coração sempre buscou. Uma Igreja em estado permanente de missão tem que responder a essa necessidade. “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá novo horizonte à vida e, com isso uma orientação decisiva” (DAp, n 12).
Tudo começa com uma busca (cf. Jo 1,38) “que procurais?” pergunta Jesus. E isso gera um encontro (cf. Jo 1,38-39): “onde moras?” dizem eles. No fundo estão perguntando: “como te conhecemos melhor?” e aí Jesus responde: “Vinde e vede”. Depois disso produz uma conversão: eles vão, vêem e decidem seguí-lo. Assim o processo vai produzindo comunhão: permanecem com ele (c.f Jo 1,39), acompanham seu caminho, compartilham até seu poder de expulsar o mal e curar (cf. Mt 10,1).
Movidos por esse novo desafio poderíamos perguntar e refletir um pouco mais sobre o que é de fato a iniciação cristã?
II – O QUE TEMOS EM VISTA QUANDO FALAMOS EM INICIAÇÃO CRISTÃ? – O QUE É?
Diante da sede de infinito, presente em todo coração humano, Deus nos dá uma resposta em Cristo Jesus. Como Pedro, confessamos a nossa perplexidade e a nossa confiança nessa resposta de Deus: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).
Consciente disso, a Igreja proclama “que a chave, o centro e o fim de toda história humana se encontra em seu Senhor e Mestre” (GS n 10,2). Com Jesus se faz presente o Reino de Deus, o Mistério revelado entre nós.
Jesus ao falar do Reino chama-o de mistério: “A vós é confiado o mistério do Reino de Deus” (Mc 4,11). Ser cristão é participar desse mistério e se comprometer com ele que é um segredo que se manifesta somente aos iniciados. Não se tem acesso ao mistério através de um ensino teórico, ou com aquisição de certas habilidades, mas de uma maneira ou outra a pessoa precisa ser iniciada a essas realidades maravilhosas através de experiências que marcam profundamente.
Etimologicamente “iniciação” provém do latim “in-ire”, ou seja, ir bem para dentro. É um tempo de aproximação e imersão em novo jeito de ser; sinaliza uma mudança de vida, de comportamento, com a inserção num novo grupo.
Numa cultura moderna quase pós-cristã a Igreja se vê diante da necessidade de uma real iniciação, para formar cristãos que realmente assumam o projeto do Reino. Daí a necessidade de formas de catequese que estejam verdadeiramente a serviço da iniciação cristã.
O documento de Aparecida é enfático ao falar da necessidade urgente de assumir o processo iniciático na evangelização: “ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para seu seguimento, ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora. impõe-se a tarefa irrenunciável de oferecer uma modalidade de iniciação cristã, que além de marcar o quê também dê elementos para o quem , o como e o onde se realiza” (n. 287).
O objetivo final, conteúdo e origem da iniciação cristã é fazer-nos chegar ao Pai, por Jesus Cristo e participar de sua natureza divina (cf DV, n. 2). A iniciação cristã é graça benevolente e transformadora, que nos precede e nos cumula com os dons divinos em Cristo. Ela se desenvolve dentro do dinamismo trinitário: os três sacramentos, numa unidade indissolúvel, expressam a unidade da obra trinitário na iniciação cristã: o Batismo nos torna filhos do Pai, a Eucaristia nos alimenta com o Corpo de Cristo e a Confirmação nos unge com unção do Espírito.
Esta obra de amor de Deus se realiza na Igreja e pela mediação da Igreja. É ela que anuncia a boa nova, acolhe e acompanha os que querem realizar um caminho de fé.
III – INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ. COMO?
“Eis o Cordeiro de Deus. Ouvindo essas palavras, os dois discípulos de João seguiram a Jesus (cf. Jo 1,36-37). Depois que sentou à mesa com eles, tomou o pão pronunciou a benção, partiu-o e deu-os a eles” (lc 24,30-31). Esse foi um encontro que transforma a vida.
A vida dos primeiros discípulos mudou a partir do encontro com Jesus de Nazaré e seu mistério. Recriados pela fé na vitória da ressurreição e animados pelo dom do Espírito, tornaram-se para sempre participantes da sua vida, membros do seu corpo, celebrantes do seu mistério, testemunhas do seu Reino.
Nossas Igrejas particulares de muitas formas têm convidado e conduzido ao caminho de Jesus. Sabem que o itinerário da iniciação cristã inclui sempre “o anúncio da Palavra do evangelho, que implica a conversão, a profissão de fé, o Batismo, a efusão do Espírito Santo, o acesso Pa comunhão eucarística” (CIC n. 1229).
Uma herança eclesial e protótipo de caminho que conduz à vida cristã é o catecumenato batismal. Ele é uma escola preparatória à vida cristã. Um processo formativo e verdadeira escola de fé. Nas ultimas décadas, a situação pastoral tem feio a Igreja perceber que há também uma necessidade de catecumenato pré-batismal (CIC n. 1231).
O modelo de catecumenato apresentado pelo RICA possibilita a elaboração de itinerários diversos, de acordo com as necessidades de cada realidade. Uma característica essencial é o seu caráter cristocêntrico e gradual.
O catecumenato é organizado em quatros tempos: Pré-Catecumenato que é o tempo de acolhimento na comunidade cristã. É o momento do primeiro anúncio – querigma; Catecumenato que é o tempo mais longo para a catequese, reflexão e aprofundamento. Vivência cristã e o entrosamento com a Igreja; Purificação e Iluminação que é o tempo da preparação próxima para os sacramentos que se realiza no tempo da quaresma; Mistagogia que é o tempo de aprofundamento e maior mergulho no mistério cristão e a vivência na comunidade.
Estes quatros tempos são permeados por grandes celebrações ou etapas (ingresso na Igreja como catecúmeno ou rito de admissão, eleição ou inscrição do nome, celebração dos sacramentos iniciais) das quais participam membros da comunidade, parentes e amigos.
Dentro de cada tempo vão acontecendo progressos na caminhada da educação da fé. Além das celebrações (etapas) que marcam a passagem de um tempo para outro, há ritos especiais dentro de cada tempo, feitos no meio da semana para marcar os avanços que vão sendo gradativamente atingidos.
IV – INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ – PARA QUEM?
A mulher samaritana disse então a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar água” (Jo 4,15). A samaritana faz um pedido a Jesus no meio de uma conversa em que ambos ouviram e foram ouvidos. Ela se sente capaz de falar e, falando e sendo ouvida, permite que Jesus responda de acordo com a sua necessidade. Esse falar e ouvir foram muito importantes para ela. Ajudaram esclarecer duvidas e descobrir que Jesus era o Messias.
Por isso, inspirados pela ação de Jesus, consideremos os iniciantes como interlocutores e não como meros destinatários no processo de iniciação à vida cristã.
Jesus se aproxima da Samaritana pedindo água. Dar água era sinal de acolhida, hospitalidade, solidariedade. Em troca dessa hospitalidade, Jesus oferece sua própria água. Ao falar do dom de Deus, de água viva que Ele é capaz de dar, Jesus instiga a curiosidade da mulher. Ainda não reconhece o dom de Deus em Cristo. Ela não conhece outra água a não ser a daquele poço e pensa que se há de tirá-la com esforço humano. Não está acostumada à idéia da gratuidade e nem conhece o amor de Deus. Ela conhece o dom de Jacó, de quem aquele poço tornava presente a memória.
Diversas são as motivações dos que procuram a Igreja; saudades do Deus da sua infância; busca de significado para sua vida; impacto provocado por alguma situação difícil; necessidade de cura ou consolo. Nem sempre estão buscando um processo mais completo de iniciação.
Muitos buscam os sacramentos para si ou para seus filhos, sem motivações tão claras; freqüentam as missas ou outras práticas de devoção tendo em vista alcançar graças. Buscam a água que não mata a sede, pois ainda não conhecem a Água Viva.
Para que acontece a conversão e o novo jeito de seguir o Mestre é preciso mudar a linguagem que nem sempre tem sido adequada, são pouco significativas para a cultura atual e em particular para os jovens. Para que a linguagem seja adequada. É preciso que a proposta que vai ser apresentada ao interlocutor tenha a resposta à sede que ele experimenta com mais intensidade.
Também cada um tem que ser considerado na sua realidade humana. No diálogo com a Samaritana, Jesus sonda seu coração, sua vida, sal mente, sua fé. Revela que a vida, a história, as experiências, os sentimentos, os sonhos, os projetos, os medos das pessoas devem ser consideradas, escutadas e valorizadas.
O povo que a Igreja tem a missão de acolher e servir é uma multidão, com rostos variados que precisam ser reconhecidos, identificados, personalizados. Destes, muitos procurarão na Igreja uma resposta para suas buscas. Outros convivem com sua sede sozinhos, ou vão à procura de outra água, em outras fontes, ou ainda, contagiados pela cultura atual, não se dão conta de que têm sede.
Considerando as várias situações em que se encontram as pessoas a serem atendidas nos processos de iniciação, temos entre outros grupos: adultos e jovens não batizados; adultos e jovens batizados que desejam completar a iniciação cristã; adultos e jovens com prática religiosa, mas insuficientemente evangelizados; pessoas de várias idades marcadas por um contexto desumano ou problemático; grupos específicos, em situações variadas; casais em situação matrimonial irregular; adolescentes e jovens; crianças não batizadas inscritas na catequese; crianças e adolescentes batizados que seguem o processo tradicional de iniciação cristã.
V – INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ – COM QUEM CONTAMOS? ONDE?
Os participantes do processo de Iniciação à Vida Cristã devem ser vistos como interlocutores e não simples destinatários. Eles têm direito a catequistas competentes e testemunhas do Reino, bem como a todo apoio da comunidade eclesial que com eles trabalhem num processo participativo.
Diante disso é fundamental um cuidado especial na preparação e acompanhamento destes evangelizadores. Para isso se recomenda que a própria formação desses responsáveis seja no estilo catecumenal, possibilitando a eles viverem a Iniciação à Vida Cristã. Apenas a formação inicial não é suficiente, pois o compromisso que assumem é exigente e requer que assumam com afinco.
O RICA tem importantes orientações sobre os agentes responsáveis pela Iniciação (cf RICA, n. 41-48). Algumas propostas são oferecidas, especialmente no referente aos vários agentes.
Os introdutores: São aquelas pessoas que, através do entusiasmo e exemplo, ajuda o iniciando a encantar-se por Jesus Cristo, pessoa, mensagem e missão.
Os padrinhos e madrinhas: são aquelas pessoas que ajuda o catecúmeno a viver o Evangelho, auxilia em suas dúvidas e inquietações, vela pela oração e a participação na vida da comunidade, no compromisso com a construção do Reino de Deus.
A família: os pais são, pela força do sacramento do Matrimônio, os primeiros educadores de seus filhos na fé, na esperança e no amor. Assim, ao gerar e educar seus filhos, as famílias são cooperadoras privilegiadas de Deus Pai e Criador, de Deus Filho e Salvador e de Deus Espírito Santo santificador. Mas sabemos que são muitas e variadas as situações das famílias no mundo de hoje. Daí é importante na Igreja uma bem articulada e dinâmica pastoral familiar, não isolada, mas em profunda comunhão com as demais pastorais.
Os catequistas: são os mediadores que ajudam os catecúmenos a acolherem a gradual e progressiva revelação do Deus amor e de seu projeto salvífico. Eles têm a missão de auxiliarem cada catequizando para seu encontro pessoal com o Senhor.
A comunidade: lugar onde o iniciante À vida cristã sinta-se bem e descubra nela o exemplo concreto do tipo de vida com o qual ele quer se comprometer.
O Bispo: como primeiro responsável pela Igreja particular ele é o catequista por excelência e deve ter a catequese, segundo diz Catechesi Tradendae, como a prioridade das prioridades. Cabe-lhe, portanto, um zelo especial para com o processo de Iniciação à Vida Cristã e todas as iniciativas de formação continuada em sua diocese.
Presbíteros e diáconos: devem ser homens disponíveis especialmente aos que se mostram hesitantes e inquietos. Cabe-lhes aprovar a escolha dos introdutores, dos padrinhos e cuidar da formação dos mesmos. É função do presbítero zelar pela adequada formação dos responsáveis pelos quatro tempo da Iniciação e garantir que as celebrações e ritos das três etapas sejam segundo as normas da Igreja.
Lugares da Iniciação à Vida Cristã. Os ritos devem acontecer em lugares adequados. O mais importante é que a Igreja particular assuma sua responsabilidade de ser o espaço eclesial de testemunho e evangelização por excelência.
CONCLUSÃO
Propomos aqui um horizonte para orientar a caminhada, pois não é um projeto fechado, para ser seguido ao pé da letra em todas as situações. Por isso falamos em catequese de inspiração catecumenal. Haverá necessidades de adaptações, soluções locais criativas, maneiras de conviver com eventuais carências.
É bom lembrar que nossa catequese tem conquistas importantes que devem ser valorizadas, conservadas e aprofundadas. O novo que está sendo proposto não invalida o que temos e é bom, antes se enriquece com a que já existe e pode favorecer o processo.
Por isso, queremos ser discípulos, não somente gente que faz “cursinho”. Discípulo não é simplesmente uma pessoa que aprende. Ele se encanta pelo Mestre, quer segui-lo na originalidade de sua própria vida, acolhe na mente e no coração um novo jeito de tomar decisões, de compreender a realidade, de orientar suas forças criativas.
• Assessor Diocesano da Catequese. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo Arcos-MG

RESUMO DO DIRETORIO NACIONAL DA CATEQUESE

O Diretório Nacional de Catequese (DNC) está dividido em duas partes. A primeira, mais teórica, expõe os fundamentos teológico-pastorais da catequese e seu conteúdo; a segunda, mais prática, oferece orientações para a organização da catequese na Igreja particular.
Quero agora apresentar alguns pontos essenciais de cada capítulo:
O primeiro capítulo apresenta o movimento catequético pós-conciliar, dando um destaque especial ao documento Catequese Renovada da CNBB (1983). Este deu um grande dinamismo à nossa pastoral catequética. A catequese se tornou mais bíblica e cristocêntrica. Destacou a comunidade como fonte e meta da catequese. Insistiu na dimensão sócio-transformadora, assim como no processo permanente de educação da fé. Nestes últimos anos, novos desafios apareceram como a inculturação da fé, o papel da liturgia, o processo catecumenal, a inclusão das pessoas com deficiências e outros.
O capítulo seguinte aprofunda o tema da revelação de Deus na nossa história. A Constituição Dogmática Dei Verbum inspirou muito a redação destes parágrafos. Existe uma profunda relação entre evangelização e catequese; na verdade, toda catequese deve ser evangelizadora e está a serviço da iniciação cristã: por isso, o processo catecumenal é chamado a inspirar todo o processo de educação à fé.
O capítulo terceiro descreve a catequese na Evangelização na América Latina, especialmente no Brasil. Nos primeiros séculos da história do Brasil, alguns missionários se destacaram, como: o Pe. Manoel da Nóbrega, o Bem Aventurado José de Anchieta e o Pe. Antônio Vieira. No século XIX, a Igreja no Brasil começou a assumir as orientações do concílio de Trento. O século XX foi influenciado pela renovação bíblica e litúrgica, como pelo progresso das ciências pedagógicas. A catequese se beneficiou destes movimentos. A aprovação do documento Catequese Renovada, pela CNBB e pelos numerosos encontros nacionais regionais e diocesanos deram um grande impulso ao movimento catequético. O grande desafio hoje é como catequizar as pessoas num mundo marcado por profundas mudanças sociais e culturais. O Diretório insiste sobre a prioridade a ser dada à Catequese com adultos e à evangelização da família.
O Capítulo quarto destaca a Palavra de Deus, transmitida na Escritura e na Tradição, como fonte da catequese. Uma outra fonte onde a catequese busca alimentar-se é a Sagrada Liturgia. O Catecismo da Igreja Católica e seu compêndio expõem o conteúdo da fé de maneira sistemática e doutrinal, comunicativo-educativa, procurando dar razões da nossa fé.
Bíblia, liturgia e catecismo, vivenciados em intima correlação e interação na comunidade, devem orientar a vida dos cristãos, de modo que estes sejam comprometidos com a causa do Reino.
O quinto capítulo aprofunda o modo de proceder de Deus e a pedagogia catequética. Olha para o agir de Deus Pai na história, o modo de proceder de Jesus e a ação do Espírito Santo na Educação da Fé. Descreve o que tem de especifico na pedagogia da fé. Catequese utiliza as descobertas das ciências pedagógicas e da comunicação. Propõe como princípio metodológico a interação fé e vida e valoriza o método VER-ILUMINAR-AGIR-CELEBRAR E REVER, tão presente na tradição pastoral latino-americana e que tem trazido segurança e eficácia na educação da Fé.
O sexto capítulo trata dos destinatários como interlocutores no processo catequético. A educação da fé é direito de todo o batizado e dever indispensável da Igreja. Nos mostra também que devemos acompanhar os fiéis conforme as idades, respeitando a situação sócio-cultural e religiosa dos catequizandos ou catecúmenos. Pois a catequese é um processo permanente de evangelização e aprofundamento da fé.
O sétimo capítulo reflete sobre o ministério da catequese e seus protagonistas. A Igreja é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoas e energias sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais, a fim de organizar melhor e de formar para a mesma, pessoas qualificadas (CT 15). Para ter bons resultados, necessitamos cuidar bem da formação dos catequistas, tanto em nível do seu ser (realização humana com mais espiritualidade), do seu saber (conteúdo) e do seu saber fazer (metodologia) e conviver em comunidade. Continua sendo um grande desafio das escolas catequéticas a formação catequética dos futuros presbíteros e o reconhecimento por parte das Igrejas Particulares do ministério da catequese.
O último capítulo destaca os lugares e organização da catequese. Ressalta a família e a comunidade como lugar por excelência da catequese. Descreve o ministério da coordenação e a organização da catequese em nível paroquial, diocesano, regional e nacional.
O Diretório Nacional de Catequese quer contribuir no cumprimento do mandato de Jesus Cristo, aos seus discípulos, de levar ao mundo o seu evangelho. Ele é oferecido a todos, bispos, presbíteros, diáconos, religiosos(as) e catequistas para um novo impulso na renovação da catequese, parte fundamental do ministério da Palavra.
É com alegria e cheios de esperança que hoje lançamos este precioso documento, confiantes nas luzes do Espírito Santo e no cuidado materno de Maria, para que ele cumpra bem a sua missão, dando frutos de evangelização para a nossa Igreja.
Dom Eugênio Rixen
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética

terça-feira, 14 de setembro de 2010

NOSSA SENHORA DA CABEÇA - SUA HISTÓRIA

Os títulos que se dão a Maria provêm ora do perfil da mãe de Jesus que traçam os Evangelhos, ora do papel que Maria desempenha na vida dos cristãos através dos séculos e, muitas vezes, dos lugares e dos acontecimentos em torno dos quais se manifestou sua ação na história.
O título de Nossa Senhora da Cabeça se prende a seu aparecimento, em 1227, ao pastor João Rivas, no Monte da Cabeça, que faz parte da Serra Morena, na Espanha, nas imediações da vila de Andújar, na Andaluzia. O testemunho do pastor de que havia visto num clarão no alto do monte a Virgem Maria foi ratificado pelo fato de que a Senhora lhe restituíra o braço que lhe faltava. O Monte da Cabeça tornou-se rapidamente lugar de peregrinação mariana, o que valeu a Maria esse novo título.
A novena é construída a partir das passagens dos Evangelhos a respeito de Maria, em três seções de três dias cada uma. Na primeira seção Maria é a nova Eva, considera-se sua vocação à virgindade e sua maternidade. Na segunda seção, medita-se nos fatos ligados à sua vida com Jesus: a fuga para o Egito, o encontro no Templo e a vida em Nazaré. Finalmente, na última seção, o fato de que Maria continua de certo modo a obra de Jesus, que curava os doentes, junto a nós, como Jesus na Eucaristia, sendo verdadeiramente nossa mãe.
Cada dia segue-se o mesmo esquema: oração inicial, leituras bíblicas e reflexão, seguidas de louvor e de oração em que somos convidados a pedir as graças de que necessitamos.
FONTE: www.paulinas.org.br

APROFUNDANDO-SE NOS DEZ MANDAMENTOS

Primeiro Mandamento:Amar a Deus sobre todas as Coisas
Visão positiva:
1.Há de ser como uma resposta! Ele manifesta-se, sobretudo nas boas obras e no desapego do mundo. Dá o direito de dar culto a Deus individual e socialmente e o direito de professar a religião em público e em particular.
2.Jesus resumiu os deveres do homem para com Deus com estas palavras: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento" (Mt 22,37); Estas palavras são um eco imediato do apelo solene: "Escuta; Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único" (Dt 6,4-5).
3.Todos têm o direito de liberdade na escolha de sua crença ou de suas convicções.
Concretização:
1.Renúncias a toda forma de adivinhações, magias, espiritismo, idolatria, ateísmo, sacrilégios e atos de adoração a satanás.
2.Fugir a dúvida voluntária ou não, da incredulidade, renuncia formal da fé, afastar-se da fé, ou da Igreja.
Virtude:
1.Pede-nos adorar a Deus, louvá-lo, dar-lhe graças, fazer sacrifícios em seu nome e cumprir os votos e promessas que lhe fizemos ( CICat 2096-2102).
2.Fé: (Heb 11,10) “A fé é uma posse antecipada do que se espera, um meio de demonstrar as realidades que não se veem.”
3.Esperança: aguardar confiante a benção divina e a visão beatifica de Deus, e o temor de ofender o amor de Deus.
4.Caridade: amor sincero acima de tudo com gratuidade.
5.Adoração: reconhecer a Deus como Criador e Salvador com respeito e submissão se expressa na vida e no culto (oração)