sábado, 18 de setembro de 2010

RESUMO DO DIRETORIO NACIONAL DA CATEQUESE

O Diretório Nacional de Catequese (DNC) está dividido em duas partes. A primeira, mais teórica, expõe os fundamentos teológico-pastorais da catequese e seu conteúdo; a segunda, mais prática, oferece orientações para a organização da catequese na Igreja particular.
Quero agora apresentar alguns pontos essenciais de cada capítulo:
O primeiro capítulo apresenta o movimento catequético pós-conciliar, dando um destaque especial ao documento Catequese Renovada da CNBB (1983). Este deu um grande dinamismo à nossa pastoral catequética. A catequese se tornou mais bíblica e cristocêntrica. Destacou a comunidade como fonte e meta da catequese. Insistiu na dimensão sócio-transformadora, assim como no processo permanente de educação da fé. Nestes últimos anos, novos desafios apareceram como a inculturação da fé, o papel da liturgia, o processo catecumenal, a inclusão das pessoas com deficiências e outros.
O capítulo seguinte aprofunda o tema da revelação de Deus na nossa história. A Constituição Dogmática Dei Verbum inspirou muito a redação destes parágrafos. Existe uma profunda relação entre evangelização e catequese; na verdade, toda catequese deve ser evangelizadora e está a serviço da iniciação cristã: por isso, o processo catecumenal é chamado a inspirar todo o processo de educação à fé.
O capítulo terceiro descreve a catequese na Evangelização na América Latina, especialmente no Brasil. Nos primeiros séculos da história do Brasil, alguns missionários se destacaram, como: o Pe. Manoel da Nóbrega, o Bem Aventurado José de Anchieta e o Pe. Antônio Vieira. No século XIX, a Igreja no Brasil começou a assumir as orientações do concílio de Trento. O século XX foi influenciado pela renovação bíblica e litúrgica, como pelo progresso das ciências pedagógicas. A catequese se beneficiou destes movimentos. A aprovação do documento Catequese Renovada, pela CNBB e pelos numerosos encontros nacionais regionais e diocesanos deram um grande impulso ao movimento catequético. O grande desafio hoje é como catequizar as pessoas num mundo marcado por profundas mudanças sociais e culturais. O Diretório insiste sobre a prioridade a ser dada à Catequese com adultos e à evangelização da família.
O Capítulo quarto destaca a Palavra de Deus, transmitida na Escritura e na Tradição, como fonte da catequese. Uma outra fonte onde a catequese busca alimentar-se é a Sagrada Liturgia. O Catecismo da Igreja Católica e seu compêndio expõem o conteúdo da fé de maneira sistemática e doutrinal, comunicativo-educativa, procurando dar razões da nossa fé.
Bíblia, liturgia e catecismo, vivenciados em intima correlação e interação na comunidade, devem orientar a vida dos cristãos, de modo que estes sejam comprometidos com a causa do Reino.
O quinto capítulo aprofunda o modo de proceder de Deus e a pedagogia catequética. Olha para o agir de Deus Pai na história, o modo de proceder de Jesus e a ação do Espírito Santo na Educação da Fé. Descreve o que tem de especifico na pedagogia da fé. Catequese utiliza as descobertas das ciências pedagógicas e da comunicação. Propõe como princípio metodológico a interação fé e vida e valoriza o método VER-ILUMINAR-AGIR-CELEBRAR E REVER, tão presente na tradição pastoral latino-americana e que tem trazido segurança e eficácia na educação da Fé.
O sexto capítulo trata dos destinatários como interlocutores no processo catequético. A educação da fé é direito de todo o batizado e dever indispensável da Igreja. Nos mostra também que devemos acompanhar os fiéis conforme as idades, respeitando a situação sócio-cultural e religiosa dos catequizandos ou catecúmenos. Pois a catequese é um processo permanente de evangelização e aprofundamento da fé.
O sétimo capítulo reflete sobre o ministério da catequese e seus protagonistas. A Igreja é convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos de pessoas e energias sem poupar esforços, trabalhos e meios materiais, a fim de organizar melhor e de formar para a mesma, pessoas qualificadas (CT 15). Para ter bons resultados, necessitamos cuidar bem da formação dos catequistas, tanto em nível do seu ser (realização humana com mais espiritualidade), do seu saber (conteúdo) e do seu saber fazer (metodologia) e conviver em comunidade. Continua sendo um grande desafio das escolas catequéticas a formação catequética dos futuros presbíteros e o reconhecimento por parte das Igrejas Particulares do ministério da catequese.
O último capítulo destaca os lugares e organização da catequese. Ressalta a família e a comunidade como lugar por excelência da catequese. Descreve o ministério da coordenação e a organização da catequese em nível paroquial, diocesano, regional e nacional.
O Diretório Nacional de Catequese quer contribuir no cumprimento do mandato de Jesus Cristo, aos seus discípulos, de levar ao mundo o seu evangelho. Ele é oferecido a todos, bispos, presbíteros, diáconos, religiosos(as) e catequistas para um novo impulso na renovação da catequese, parte fundamental do ministério da Palavra.
É com alegria e cheios de esperança que hoje lançamos este precioso documento, confiantes nas luzes do Espírito Santo e no cuidado materno de Maria, para que ele cumpra bem a sua missão, dando frutos de evangelização para a nossa Igreja.
Dom Eugênio Rixen
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética

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